segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Oásis no caos urbano
O sábado foi dia de descobertas e confirmações. Antes de revelar do que se trata: atravessei São Paulo, da avenida Cruzeiro do Sul à avenida Europa.
Em todos os lugares, o burburinho típico desta época do ano. Na divisa do Pari com o Centro, havia muitos carros e ônibus com consumidores ávidos pelas lojas da região da rua 25 de Março.
Já na descida da Augusta, na direção do Jardim Europa, o público mudou radicalmente: carros novos e muitos daqueles jipões importados enormes, ecologicamente incorretos mas apreciados porque os donos, lá dentro, se sentem mais poderosos e protegidos.
Pois bem, na esquina da avenida Europa com a pequena rua Portugal existe um oásis nesse caos urbano, que não sossega mais nem nas tardes de sábado. A mansão onde viveu Ema Gordon Klabin foi transformada em fundação cultural. Cercada por jardins e um lago, a casa merece uma visita, como pode se ver pela foto de divulgação.
Ema era filha de Hessel Klabin, judeu lituano que veio para o Brasil e criou o império de papel e celulose que todos conhecem. Decididamente solteira, construiu num terreno de quase quatro mil metros quadrados uma mansão projetada especialmente para abrigar o acervo de obras de arte que ela reuniu em várias viagens pelo mundo. Viveu ali de 1961 até morrer, em 1994. Há dois anos a casa foi transformada em fundação, que pode ser visitada de terça a sábado.
Cercados de coisas belas
Foi uma boa descoberta, a Fundação Ema Gordon Klabin. Passear pelos seus jardins e visitar o acervo bem eclético é um bom programa. Eventualmente ainda há apresentações musicais gratuitas. Neste sábado foi a vez do Trio de Choro da Usp. Para a temporada 2010 já estão programados shows de março a junho. Os detalhes podem ser checados no site da instituição: www.emaklabin.org.br.
Quanto à confirmação a que me referi no início, chamou atenção trecho do folheto de apresentação da Fundação: “Com uma visão diversa daquela de um historiador da arte ou de um curador, ela, como muitos colecionadores particulares, procurou cercar-se em seu ambiente doméstico das coisas belas que apreciava”.
Imaginam algo mais importante na vida do que nos cercarmos das coisas belas e boas que apreciamos? Ema Klabin fez isso e cada um de nós também pode fazer. Mesmo que não possamos morar numa mansão cercada por jardins, quem não pode ter em casa pelo menos parte do que mais gosta? E assim o sábado foi um dia mais útil do que muito dia útil por aí. Vou indo e volto assim que puder. Para deixar um comentário é só clicar no link abaixo. Abraço a todos.
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