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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Que Brasil será esse?


O planeta vai se tornando, cada vez mais, um lugar perigoso e de difícil interpretação. Das ameaças ao clima, ao equilíbrio natural, às nuances políticas de difícil classificação. Quem já entrevistou o Lula barbado e irado, quando candidato ao governo paulista em 1982, e agora vê o presidente dando tapinhas nas costas de Sarney e Collor, já não precisa se surpreender com mais nada.

Digo tudo isso para introduzir o tema de hoje, baseado no artigo do ex-ministro da ditadura militar, Antonio Delfim Netto, publicado na Folha de S. Paulo. Sob o título Atenção à demografia, Delfim espinafra parte da política econômica do governo Lula, a política cambial. Quem diria, hein, o feiticeiro do milagre econômico dos anos 1970 criticando os arautos do liberalismo lulista?

No artigo, Delfim Netto afirma que "a qualidade do futuro da sociedade brasileira está presa à sua demografia." Ele lembra que segundo as últimas projeções, em 2030 ("que para a nação é amanhã!", chama atenção) seremos cerca de 216 milhões de habitantes. E, nesse momento, o número de brasileiros com mais de 65 anos vai mais que dobrar, em relação a 2008.

"Esses números mostram que, se o Brasil não for capaz de pensar os próximos 20 anos, corre o risco de ficar velho antes de ficar rico", alerta o economista, que por sinal, se diz aliado de Lula. Ele destaca dois problemas a serem enfrentados:

"1º) Temos de acertar nossas contas com o setor da previdência social (principalmente a do setor público). Nas condições atuais de pressão e temperatura (que ameaçam piorar pela miopia do Congresso), isso coloca um problema insolúvel de equilíbrio fiscal. Sua simples expectativa ameaça o equilíbrio monetário, o que torna mais difícil a redução da taxa real de juros. Esse é um problema ainda mais sério quando sofisticados economistas, usando sofisticadas técnicas econométricas, afirmam que a taxa de juro real de equilíbrio no Brasil é de "7% a 8%"! Só mesmo essa dupla sofisticação poderia produzir um resultado teratológico como esse!

"2º) É preciso manter no nosso radar que teremos de dar emprego de boa qualidade a 151 milhões de brasileiros em 2030. Isso não será feito apenas com a atividade agrícola e mineradora ou com a economia de baixo carbono, as duas primeiras certamente poupadoras de mão de obra devido ao desenvolvimento tecnológico. Precisamos expandir a produção industrial e a de serviços, complementando o mercado interno com as exportações.

Exportador de empregos?
"Isso seguramente não será feito com o "câmbio mais valorizado do mundo"! - prossegue Delfim. "Qual é a razão econômica para uma aplicação, no Brasil, ter rendido em 2009, na Bovespa, de 7%a 8% ao mês em dólares? Não me venham com a explicação de que isso se deve "à oferta e à procura", porque, no Brasil, é a formação do câmbio futuro que determina o presente... Como disse o sábio Thomas Carlyle, basta ensinar um papagaio a soletrar "oferta" e "procura" e teremos um economista..."

A ironia de Delfim é temperada com argumentos objetivos. Ele afirma que a excessiva valorização do real está destruindo as cadeias produtivas e levando as empresas a se transferirem para o exterior, cortando e deixando de criar empregos. E faz um vaticínio assustador: "Se tudo continuar como está, em 2030 seremos um grande exportador de alimentos e minérios e um grande e miserável repositório de desempregados!"

Não sou economista, já que não aprendi a falar "oferta" e "procura" como um papagaio. Mas não duvido que Delfim tem uma boa dose de razão em sua crítica. Por enquanto, com Lula no alto de 83% de aprovação popular (deve ser mesmo o governante mais bem avaliado do planeta), há poucas chances de mudanças. Porém, mais cedo ou mais tarde, vamos ter que encarar essa encrenca. Desconfio que isso terá que acontecer, na pior das hipóteses, em 2011.

Acho bom ficarmos atentos, pois isso interessa a todos nós, que vamos ter mais de 65 em 2030. Que país será esse, daqui a 20 anos? Os investidores que comandam boa parte da economia a partir da avenida Paulista (foto) e da Bolsa de Valores continuarão competindo com a economia real? Seja qual for a resposta, isso também depende do que fizermos até lá. Bom, por enquanto é isso, até a próxima.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Oásis no caos urbano


O sábado foi dia de descobertas e confirmações. Antes de revelar do que se trata: atravessei São Paulo, da avenida Cruzeiro do Sul à avenida Europa.

Em todos os lugares, o burburinho típico desta época do ano. Na divisa do Pari com o Centro, havia muitos carros e ônibus com consumidores ávidos pelas lojas da região da rua 25 de Março.

Já na descida da Augusta, na direção do Jardim Europa, o público mudou radicalmente: carros novos e muitos daqueles jipões importados enormes, ecologicamente incorretos mas apreciados porque os donos, lá dentro, se sentem mais poderosos e protegidos.

Pois bem, na esquina da avenida Europa com a pequena rua Portugal existe um oásis nesse caos urbano, que não sossega mais nem nas tardes de sábado. A mansão onde viveu Ema Gordon Klabin foi transformada em fundação cultural. Cercada por jardins e um lago, a casa merece uma visita, como pode se ver pela foto de divulgação.

Ema era filha de Hessel Klabin, judeu lituano que veio para o Brasil e criou o império de papel e celulose que todos conhecem. Decididamente solteira, construiu num terreno de quase quatro mil metros quadrados uma mansão projetada especialmente para abrigar o acervo de obras de arte que ela reuniu em várias viagens pelo mundo. Viveu ali de 1961 até morrer, em 1994. Há dois anos a casa foi transformada em fundação, que pode ser visitada de terça a sábado.

Cercados de coisas belas
Foi uma boa descoberta, a Fundação Ema Gordon Klabin. Passear pelos seus jardins e visitar o acervo bem eclético é um bom programa. Eventualmente ainda há apresentações musicais gratuitas. Neste sábado foi a vez do Trio de Choro da Usp. Para a temporada 2010 já estão programados shows de março a junho. Os detalhes podem ser checados no site da instituição: www.emaklabin.org.br.

Quanto à confirmação a que me referi no início, chamou atenção trecho do folheto de apresentação da Fundação: “Com uma visão diversa daquela de um historiador da arte ou de um curador, ela, como muitos colecionadores particulares, procurou cercar-se em seu ambiente doméstico das coisas belas que apreciava”.

Imaginam algo mais importante na vida do que nos cercarmos das coisas belas e boas que apreciamos? Ema Klabin fez isso e cada um de nós também pode fazer. Mesmo que não possamos morar numa mansão cercada por jardins, quem não pode ter em casa pelo menos parte do que mais gosta? E assim o sábado foi um dia mais útil do que muito dia útil por aí. Vou indo e volto assim que puder. Para deixar um comentário é só clicar no link abaixo. Abraço a todos.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Leitura digital


Gosto de ler desde criancinha. Lembro-me de ficar sentado na calçada em frente de casa, na Vila Tibério, em Ribeirão Preto, lendo Monteiro Lobato, enquanto a molecada jogava bola de gude ou futebol.

Como leitor inveterado não pude deixar de me aventurar nas opções de leitura digital. Há pelo menos cinco anos tenho livros digitais arquivados no meu computador, comprados da eReader (veja na foto acima páginas de No Country for Old Men, livro que deu origem ao filme Onde os Fracos não têm Vez. Clicando na imagem poderá ver a tela bem maior) e da MobiPocket, que têm seus próprios softwares de leitura, aliás, muito interessantes. Permitem marcações nos textos, nas páginas, além de consulta com dicionário de inglês. Isso é importante porque a esmagadora maioria dos textos disponíveis (algo perto de 99,9%) vem na língua de Shakespeare.

Nesse último ano a grande novidade é o Kindle, leitor digital da Amazon, a gigante do comércio eletrônico americano. Já comprei livros de papel na Amazon, que chegaram em casa via correio. Semana passada resolvi experimentar o software do Kindle, que eles disponibilizam de graça para baixar no seu computador. Podemos ler os mesmos livros eletrônicos que rodam no Kindle, sem ter o aparelho.

Para testar comprei dois livros: 1,000 Places to See in the United States Before you Dye e The Dude Abides. O primeiro, como o nome diz, dá dicas de lugares culturais, de compras, de natureza, de aventura, muito interessante. O outro fala sobre a filosofia contida nos filmes dos irmãos Coen.

Comprei?? Essa não é bem a palavra. Na realidade, não se compra um livro eletrônico, você simplesmente adquire o direito de ler o texto num software ou equipamento disponibilizado pela empresa. Na Amazon você precisa aceitar um contrato gigantesco, que proíbe “venda, empréstimo ou aluguel”. Esqueça aquele livro que emprestamos para a namorada ou um amigo: com o livro digital isso não existe, a não ser que você empreste o seu computador.

Ficou chateado com tudo isso e quer processar a Amazon? Tudo bem, chame seu advogado e o agente de viagens. Se leu atentamente o contrato vai ver que o fórum para isso é Seattle, nos Estados Unidos. Vai encarar?

De qualquer maneira, o livro eletrônico veio para ficar. Não é perfeito, mas também tem suas vantagens: você pode levar o leitor digital na bolsa, contendo dezenas de livros num espaço menor do que um livro fininho. Aqui no Brasil a indústria editorial está despertando para isso, bem atrasada, por sinal, e virão novidades por aí, nos próximos meses.

O que recomendo? Comece a se familiarizar com esse novo formato. Baixe o software do eReader ou da MobiPocket, que oferecem alguns livros grátis, para ver como funciona. O software da Kindle é outra alternativa. Tudo em inglês, portanto afie seu vocabulário. Depois vocês poderão contar, aqui no blog, como foi a experiência e o que pensam do livro eletrônico. Por hoje é isso, abraço a todos e até a próxima.

sábado, 5 de dezembro de 2009

A Bela e a Fera


O tema aqui é a vida depois dos 50, mas ninguém vai encontrar conversa de tiozinho. Não vamos falar de terceira idade, melhor idade, nada disso. O que nós curtimos são as melhores coisas da vida: amor, sexo, amizade, bons vinhos e boas comidas (sem exagero, é claro), teatro e cinema, música e viagens. Visitamos praias desertas, mergulhamos nas águas transparentes de Ubatuba, Fernando de Noronha e do Caribe, subimos montanhas, nadamos em rios de água potável (acredite, isso ainda existe no Jalapão).

Ou seja, nossos assuntos interessam a todos que valorizam a própria vida, independentemente da idade. Para facilitar a sua identificação com o blog, vou citar duas personalidades que considero emblemáticas, uma bela e outra fera: Grazielli Massafera e Bud Guy.

Grazi despontou num desses Big Brothers da vida e, diferentemente de outros que saíram dos BBBs como celebridades fugazes, rapidamente apagadas, decidiu se tornar atriz. Estuda, se concentra nesse objetivo, e tem tudo para se transformar numa estrela da TV, do teatro e do cinema. Ouso dizer que tem estofo para ser uma Fernanda Montenegro da próxima geração.

Bud Guy, o bluseiro que aparece na foto aí acima tocando no Parque da Independência, no domingo passado aqui em São Paulo, desfilou seus 72 anos bem vividos correndo pelo palco, solando sua guitarra e cantando. Desceu e se misturou com a galera, num dos momentos altos do show. É a segunda vez que vejo o artista ao vivo: a primeira foi no memorável Festival de Blues de Ribeirão Preto em 1988, quando também estiveram por lá lendas do blues como Etta James, Magic Slim e Junior Wells. Mesmo depois de 21 anos, o guitarrista continua cheio de energia e nem pensa em aposentadoria.

Grazi e Bud Guy: ela jovem, ele setentão, ela branquinha, ele negrão, ela brasileira, ele americano. Apesar dos contrastes, ambos têm algo em comum: vivem a vida com intensidade, dedicação e profissionalismo. É disso que vamos falar aqui.

Se você se identificou, indique o blog para os amigos e familiares. Se não gostou, repasse o endereço aos desafetos, que também serão bem recebidos por aqui.

Dica imperdível
Bom, brincadeiras à parte, vamos ao que interessa. Quem estiver nesta semana em São Paulo não deve perder a 1ª Jornada Cultural para a Maturidade, que começa na terça e vai até o sábado. Apesar do nome pomposo, o evento promete atrações para quem já conhece e também para quem gostaria de conhecer clássicos do cinema, do teatro e da música. Ou seja, dos 8 aos 80, aliás, idade próxima da atriz Beatriz Segall, que vai bater papo com o público. O escritor setentão Ignácio de Loyola Brandão também vai conversar com os leitores.

Entre os destaques filmes de Federico Fellini com Marcello Mastroianni, “Clássicos do Circo” com os Parlapatões e a ópera “La Traviata”. A programação completa pode ser consultada no site www.bemelmans.com.br/alicecarta.htm. Todos os eventos são gratuitos, o que é ainda melhor. Bons programas a todos e até a próxima.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Tempo rei...


Bem, já que vamos viver mais, bate aquela questão: o que podemos fazer com o restante de nossas vidas? Vale a pena planejar os próximos passos ou simplesmente aguardar os acontecimentos e reagir da melhor maneira possível?

Já que me propus a falar (ou melhor, escrever) sobre isso, comecei a pesquisar o assunto. E, depois de visitar várias fontes, destaco alguns pontos interessantes, que me chamaram a atenção. Mas, antes de apresentá-los, gostaria de deixar claro que este blog não tem a pretensão de oferecer autoajuda e sim de ser uma fonte de informações e debates que possam ajudá-lo a entender melhor o que representa essa constante mudança de expectativa de vida no Brasil e como isso afeta nossas vidas na prática:

1 - O tempo é um recurso democrático, diferentemente de dinheiro ou inteligência: todos os dias recebemos exatamente 24 horas para viver nossas vidas, sejamos pobres, ricos, brancos, negros, religiosos ou ateus, democratas ou republicanos. Como se trata de recurso perecível – o tempo não pára, como dizia o grande Cazuza, e muito menos volta atrás – esse mesmo período será aproveitado de formas diferentes. O segredo é usá-lo da melhor maneira possível. Se você perder o emprego ou algum dinheiro, sempre poderá recuperá-los, mas o tempo não.

2 – Eduardo Chaves afirma: ser produtivo não é equivalente a estar ocupado. Há muitas pessoas que estão o tempo todo ocupadas, exatamente porque são improdutivas - não sabem onde concentrar seus esforços e, por isso, ciscam aqui, ciscam ali, mas nunca produzem nada. Ser produtivo é, em primeiro lugar, saber administrar o tempo, ter sentido de direção, saber aonde se vai.

3) Administrar o tempo não significa quantificar minutos ou horas dedicados a cada atividade: trata-se de saber definir prioridades.

Tudo bem, isso parece claro e lógico. Mas para muitos fica a questão: por que nós, que já passamos dos 50, teremos que nos preocupar com planejamento, administração de tempo e prioridades? Muitos já se aposentaram ou só pensam nisso, nesta altura do campeonato. Se você está entre esses últimos, lamento dizer, mas o tempo que está por vir poderá ser um dilema e não uma fonte de prazeres.

Como esse é um assunto com muitas vertentes, vamos continuar falando disso aos poucos. O importante é manter as mentes abertas, assim não deixaremos escapar as boas opções que vão aparecendo no nosso caminho.

E para dar um toque de urgência nesta postagem, gostaria de sugerir: um bom começo para definir nossas prioridades e o uso do tempo é buscar fazer, neste fim de semana, alguma atividade que nos dá prazer, porém não realizamos há muito tempo.  Por que não ir ao cinema ver o último filme do Almodóvar, ou visitar o Museu do Futebol, caminhar no Ibirapuera ou no parque mais próximo? Enfim, como dizem os ingleses, it’s up to you.   

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Vamos viver mais

O blog começa com uma informação emblemática. O IBGE acaba de divulgar a nova expectativa de vida dos brasileiros. Na média, a esperança de vida ao nascer da população brasileira passou de 69,66 anos (69 anos, 7 meses e 29 dias) para 72,86 anos (72 anos, 10 meses e 10 dias) de 1998 a 2008.

Trocando em miúdos: os brasileiros nascidos em 2008 podem esperar viver, em média, 3 anos, 2 meses e 12 dias a mais do que os nascidos em 1998. Dividindo a população por sexo, a esperança de vida ao nascer masculina era de 69,11 anos, e a feminina, de 76,71 anos, em 2008.


A pesquisa mostra ainda que, entre 1970 e 2008, a mortalidade infantil caiu de 100 para 23,30 óbitos por mil nascidos vivos. Desde 1999, o IBGE divulga anualmente a Tábua Completa de Mortalidade, com a expectativa de vida para idades exatas até os 80 anos. Esses dados são usados pelo Ministério da Previdência Social como um dos parâmetros do fator previdenciário das aposentadorias sob o Regime Geral de Previdência Social.

Isso é o que mais interessa
Para quem está entrando ou já transitando pela meia vida - ou seja, depois dos 40 anos - é importante saber que a participação dos idosos na população brasileira será quase igual à dos jovens em 2030, também segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 1980, as crianças de 0 a 14 anos correspondiam a 38,24% da população e, em 2009, elas representam 26,04%. Já o contingente com 65 anos ou mais de idade pulou de 4,01% para 6,67% no mesmo período. Em 2050, o grupo das crianças representará 13,15%, enquanto a população idosa ultrapassará os 22,71% da população total, segundo a pesquisa.

Segundo a pesquisa, outro indicador que mostra o processo de envelhecimento da população brasileira é o índice de envelhecimento (divisão do número de idosos pelo de crianças). Entre 2035 e 2040 a população idosa (65 anos ou mais) poderá alcançar um patamar 18% superior ao das crianças (0 a 14 anos) e, em 2050, esta relação poderá ser de 172,7 idosos para cada 100 crianças.

Os técnicos do IBGE comentam no documento de divulgação da pesquisa que "mantidas as tendências dos parâmetros demográficos",  o Brasil  caminha para um perfil demográfico cada vez mais envelhecido, "fenômeno que, sem sombra de dúvidas, implicará em adequações nas políticas sociais, particularmente aquelas voltadas para atender as crescentes demandas nas áreas da saúde, previdência e assistência social".

 O estudo do IBGE ainda alerta que "o aproveitamento desta oportunidade demográfica proporcionaria o dinamismo e o crescimento econômico da nação, se este efetivo fosse preparado adequadamente tanto em termos educacionais quanto em relação à sua qualificação profissional para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais competitivo". E mais: "Esta oportunidade guarda estreita associação com o mercado de trabalho, já que este deve ter a capacidade de geração de emprego de forma a absorver um elevado contingente de pessoas em idade de trabalhar, ao mesmo tempo em que se retiram por aposentadoria um expressivo número de indivíduos, crescente a cada ano."

O que isso significa? Vamos ter que trabalhar mais
Bem, aí entra o blog. Queremos discutir aqui, sempre que possível - ao menos semanalmente - as implicações desse rápido envelhecimento da população. Já que vamos viver mais, teremos que trabalhar mais também. Vamos consumir mais comida, mais roupas, calçados, mais serviços de saúde, educação, atividades físicas, cultura, viagens.

A primeira consequência dessa maior longevidade já foi revelada: o brasileiro que se aposentar a partir de hoje terá uma redução média em seu benefício de 0,43%, devido a esse aumento da expectativa de vida divulgado pelo IBGE.

A expectativa de vida faz parte de uma equação conhecida como fator previdenciário, utilizada pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para o cálculo das aposentadorias, juntamente com outros dados. Na prática, o fator previdenciário determina que quanto maior a expectativa de vida, menores os valores das aposentadorias. O novo fator previdenciário valerá de hoje até o dia 30 de novembro de 2010.

Perceberam que não faltará assunto. Colaborações serão muito bem vindas, através de comentários, dicas, sugestões. Vamos nessa que o tempo urge.
Abraço e até a próxima.